Dilmar recebeu R$ 1,3 milhão em propina para "barrar licitação", aponta investigação

As investigações que motivaram a operação Rota Final, na última semana, mostraram que o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM) supostamente recebeu mais de R$ 1,3 milhão entre propinas e vantagens indevidas para "barrar" a realização de uma nova licitação no sistema intermunicipal de transportes.

O caso foi investigado pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco Criminal) e pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). Foram reunidas provas de pagamentos, que incluem canhotos de cheques, mostrando que Dilmar recebeu entre 2014 e 2017  R$ 512,6 mil em propina. Além disso, o dono da Verde Transportes, Éder Pinheiro, pagou ao parlamentar R$ 150 mil em 15 parcelas de R$ 10 mil.

Segundo as investigações, Dilmar também recebeu entre 2012 e 2018 passagens de cortesia da Verde Transportes no valor de R$ 313,3 mil. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setromat), através do presidente Júlio César de Sales Lima repassou mais R$ 472,5 mil ao deputado.

Já o ex-deputado Pedro Satélite recebeu R$ 332,4 mil em cortesias de passagens e mais R$ 147,5 mil pagos pelo presidente do Setromat. O ex-parlamentar ainda foi listado pelo recebimento de R$ 1,1 milhão da Verde Transportes em valores e bens divididos entre a esposa e os filhos dele.

Dilmar e Satélite tinham um papel fundamental no esquema: "inviabilizar o procedimento licitatório referente à implantação do novo sistema de transporte". Eles eram relator e presidente da Comissão Especial de Transportes da Assembleia Legislativa e atuaram para "legitimar a exploração de caráter precário, valendo-se inclusive de estudo técnico, relatórios conclusivos e pareceres financiados pela organização criminosa".

Na época, o Ministério Público do Estado (MPE) firmou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o governo do Estado para a abertura de uma nova licitação, no entanto, Dilmar, Satélite, Éder Pinheiro e Júlio César "fizeram lobby ao então governador para que o Estado não cumprisse o TAC".

Operação Rota Final

A Operação deflagrada pelo Naco e Gaeco teve como alvos integrantes de uma quadrilha que fraudou a licitação do transporte intermunicipal para ganhar dinheiro. O grupo tinha a parte política na Assembleia Legislativa e também os empresários interessados em manter o serviço sem licitação, operando de maneira precária e com altos preços.

Outro lado

A assessoria de imprensa do deputado Dilmar Dal Bosco informou que o jurídico está se inteirando do processo antes de se posicionar sobre o assunto.

Fonte: Mídianews

Categoria:Notícias

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